Cana-de-açucar Canica Branca

| Saccharum officinarum L. var. otaheitense Roem. & Schult.

Cana-de-açucar Canica Branca



SINONÍMIAS

Cana Bourbon; Cana Canica; Caninha; Canicla; Cana (da) Branca; Cana de Cabo Verde; Cana de Bumbum; Cana Iuba ou Uba.



DESCRIÇÃO

Planta anual de porte erecto, com altura média de 1,88 m, desde a base da haste até à altura da folha. Colmo desprovido de folhas, com altura média de 45,0 cm. A soca apresenta, em média, cerca de 12 refilos, que se desenvolvem a partir do rizoma subterrâneo. A região do colmo junto à inserção radicular possui cor amarela, sendo de tamanho médio. Colmo segmentado em nós e entrenós. Entrenó com secção redonda, possui um formato conoidal, com um fraco alinhamento em zigue-zague. Entrenó de aparência ligeiramente rugosa, com serosidade fraca. Diâmetro médio do entrenó de 1,96 cm. Comprimento médio do entrenó de 9,7 cm. O anel ceroso, com espessura média. A profundidade da fenda de crescimento do entrenó é muito superficial. A gema possui uma forma oval, com uma largura média de 6,83 mm. Densidade da folhagem é grande. A folha possui cor verde-clara, pubescência média na margem e comprimento médio de 28,0 cm. Limbo da folha com largura média de 4 cm. Nervura principal com largura de 2,7 mm. Bainha pode apresentar uma mistura de cores, desde o verde, amarelo e vermelho, com média aderência ao caule (haste). Panícula piramidal.



DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA


Calheta e Porto da Cruz



CARACTERÍSTICAS, VALOR E USOS

  • Características: variedade rústica de cana sacarina roxa; crescimento menos vigoroso; a plantação é feita por propagação vegetativa, replantando novos rebentos. A amostra foi, originalmente, recolhida em 2021, no sítio das Preces, freguesia de Câmara de Lobos, fazendo parte da colecção de variedades de cana-de-açúcar, no campo experimental das Preces.
  • Valor Histórico: variedade com história de cultivo provável, na Madeira, superior a 160 anos.
  • Valor Agronómico: bem-adaptada às condições agroecológicas locais; boa aptidão para a agricultura tradicional.
  • Valor Económico: mercados locais; utilizada pela indústria, para processamento e transformação industrial.
  • Valor Nutricional: boa qualidade de garapa.
  • Utilização da Cultura: mantida em campo pelos agricultores locais.
  • Usos: associada à indústria, sendo utilizada para transformação em mel-de-cana, rum ou açúcar. Tradições gastronómicas, como malassadas, suspiros e bolo de mel.
  • Registo: variedade de conservação mantida em colecção, pelos serviços da Direcção Regional de Agricultura (DRA); registada e documentada pelo SDI do BG ISOPlexis.

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